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O FOGO NECESSÁRIO PARA A PROPAGAÇÃO DA VIDA

No planalto central brasileiro, predomina a vegetação do tipo “cerrado”, com árvores baixas, de tronco retorcido, casca grossa e áspera. Em determinado período do ano, vários meses, a seca toma conta do cerrado. A falta de chuvas, o calor e a baixa umidade do ar são as causas mais frequentes dos incêndios espontâneos, conhecidos como queimadas.

Antigamente, muitos pensavam que as queimadas, mesmo as não provocadas pelo homem, eram prejudiciais, pois destruíam a vegetação. Tempos depois, pesquisadores descobriram que o fogo era necessário para a germinação de algumas espécies, pois a casca de alguns tipos de sementes, por ser tão resistente e impermeável à água, necessita do calor do fogo para ser rompida. Assim, a alta temperatura provocada pelo fogo prepara a semente para que, ao ser irrigada na estação das chuvas, germine, floresça e frutifique. Sem o calor do fogo, a semente de casca íntegra e intocada permanecerá adormecida, desperdiçada, mesmo sob a chuva. Por fim, os pesquisadores concluíram que certas plantas típicas do cerrado exigem a ocorrência periódica de queimadas para sua reprodução, sobrevivência e revigoramento.

A Bíblia revela que algo semelhante ocorre com o viver de um cristão. Quando nos convertemos ao Senhor Jesus, recebemos em nosso espírito a semente da vida divina, que é eterna e incorruptível (1 Pedro 1:23). Em nossa alma, porém, uma fortaleza extremamente resistente impede o crescimento dessa vida – é o ego ou a vida da alma, que funciona como uma grossa “casca” revestindo a semente da vida de Deus. Se nosso ego permanece íntegro e intocado, a vida divina fica impedida de crescer, mesmo que estejamos sob o ministrar incessante da Palavra de Deus que vem a nós como chuva.

Isso acontece, por exemplo, quando rejeitamos o falar do Senhor, apegando-nos à defesa de nossas opiniões e pensamentos. Em sua segunda epístola aos coríntios, capítulo 10, Paulo menciona que o Espírito é poderoso para destruir as fortalezas de sofismas e altivez que se levantam contra o conhecimento de Deus e cativar nossos pensamentos à obediência de Cristo (vs. 4-5). Por oferecermos tanta resistência ao Senhor, Sua Palavra indica a necessidade de sermos contristados por várias provações. Nesse contexto, precisamos ser provados pelo “fogo” do Espírito.

O “fogo” do Espírito não se refere apenas a situações externas de sofrimento (como acidentes ou enfermidades), mas principalmente a circunstâncias interiores em que o Espírito quebranta o nosso coração para nos conduzir ao arrependimento. Por exemplo, quando perdoamos alguém que cometeu uma injustiça contra nós e oramos por essa pessoa. Ou quando abrimos mão de uma opinião para manter a paz com um amado irmão em Cristo. Nesse ponto, experimentamos o batismo com o fogo do Espírito Santo. Esse fogo não surge para nos destruir, mas sim para nos purificar do ego e nos tornar frutíferos para Deus.

Graças ao Senhor que, por nos amar profundamente, nos salva por meio desse fogo, rompendo a dura “casca” de nossa vida da alma. Assim a vida divina pode se desenvolver e frutificar, alcançando e abençoando outras pessoas, conforme a perfeita vontade de Deus.

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