DAVID MACEDO
Meses antes de ingressar no CEAPE estava numa situação bem complicada, havia terminado o Ensino Médio e Técnico, não sabia o que estudar; o contrato de trabalho na empresa em que sempre sonhei em trabalhar acabou e não foi renovado; terminei um relacionamento. Não sabia o que fazer, sem direção, sem meta, objetivo, me sentia perdido.
Esse era o cenário no inicio de 2005. Estava com 21 anos, um jovem disposto a fazer muita coisa, mas sem nada pra fazer. Em Abril, uma turma de ceapistas veio para a minha cidade, Bauru, eram, aproximadamente 25 jovens de todos os lugares do Brasil e América Latina. Eu, sem entender direito o propósito deles, fui à recepção conhecê-los, e aos poucos fui entendendo e me integrando a eles.
Ficava intrigado, queria saber o que tinham visto que eu ainda não conseguia enxergar. Havia ali pessoas que deixaram sua casa, família, empregos, estudos para dedicar um período da sua vida em serviço ao Senhor. Achei uma loucura de início, mas comecei a entender quando saíamos para pregar o evangelho nas cidades vizinhas, pois ver uma pessoa invocando o nome do Senhor mostra que somos úteis para o serviço a Ele.
Ver jovens dispostos, sem ganhar nada material, doando seu tempo, viajando exaustivamente, baseados na visão de entregar seu corpo, alma e espírito para este propósito, era fascinante e me conquistou. Os acompanhava nas atividades enquanto estiveram em Bauru, mas depois de 2 meses o CEAPE partiu para a próxima cidade. Depois de orientações dos irmãos e, principalmente, dos meus pais, segui com eles decidido a permanecer por 6 meses.
Com a convivência constante comecei a perceber as dificuldades, sou enjoado para comer, mas ali aprendi até a cozinhar e fazer atividades domésticas. Fomos para Ituverava, orientados a pregar o evangelho em toda a cidade, com isso foram iniciados muitos estudos bíblicos, e abertas casas de oração, chegava a ir em 3 por noite. Era muito bom, não importava o lugar nem a condição das pessoas, sempre levávamos a Palavra do Senhor.
Uma semana antes de mudarmos de cidade recebi uma ligação da minha mãe dizendo que a Prefeitura de Bauru tinha me chamado para trabalhar. Coloquei este item em oração, pedi orientação aos coordenadores, e senti que deveria voltar.
Meu CEAPE foi intenso, em pouco tempo, mas o suficiente para organizar toda minha vida. Após isso, consegui emprego (o qual me possibilitou voltar para a empresa que sempre sonhava em trabalhar), fiz faculdade e pós-graduação, conheci uma irmã que fazia parte da minha turma do CEAPE, hoje ela é minha esposa e tivemos um filho lindo este ano. Amo demais servir ao Senhor.
Enfim, tudo mudou em minha vida, o CEAPE não é só um momento de aprender as escrituras, o CEAPE tem a prática ideal de um servo de Deus! Poderia contar ainda muitas experiências, mas não caberiam num único texto!