Corre e fala a este jovem – Jornal Árvore da Vida
A geração que cresceu nos anos 80 provavelmente se lembrará desta citação: “Quem é o mestre?”. Proferida repetidamente por um vilão de filme de Kung Fu, a pergunta se tornou parte indispensável das célebres brincadeiras de lutinha, que nem sempre acabavam bem. No filme, após recordar-se de seu treinamento, o mocinho responde “Eu sou o mestre!”e parte para o ataque.
O livro de Levítico pode levar alguém a se recordar da expressão “eu sou o mestre”. Isso por que a frase “eu sou o Senhor” ocorre cinquenta vezes naquele livro. Ao menos trezentas e nove em toda a Bíblia.
Deus é Deus. Ele é o Senhor. Nada pode detê-lo, nem anular Seu propósito. Todo o contexto do livro de Levítico – bem como de toda a Bíblia – atesta isso. No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra, porém, tornou-se sem forma e vazia. Isso não deteve Deus, que, chamando à existência todas as coisas, conforme o relato de Gênesis 1, criou o homem para Si, para que Sua vontade fosse plenamente executada na terra. Logo em seguida, no entanto, o homem criado caiu, afastando-se de Deus. O homem falhou a tal ponto que se tornou carne, e o Espírito de Deus já não agia nele (Gênesis 3:6; 6:4). A humanidade caída tornou-se inimiga de Deus, exaltando seu próprio nome (11:4).
Mas Deus não pode ser barrado. Por isso, separou e chamou Abraão, em quem desejava abençoar e alcançar toda a terra (12:1-3). A partir de então, aos olhos de Deus, a história da humanidade se tornou a história de Abraão e de seus descendentes. É por isso que o livro de Gênesis, a partir do capítulo 12, já não registra nenhuma outra genealogia, nenhuma outra história. A história de Deus agindo na vida do homem continua para nos mostrar que Abraão creu, Isaque herdou as riquezas de seu pai e Jacó foi transformado pelas situações que viveu, tornando-se Israel, o príncipe de Deus. Por fim, o resultado disso tudo foi que José reinou sobre a terra (22:12; 25:5; 32:28; 42:6).
Eu sou o Senhor
Se compararmos o relato de Gênesis 46 com a bênção profética de Deus para o homem, em Gênesis 1, veremos que na descendência de Abraão, naquela época, a vontade de Deus estava sendo cumprida. Em Gênesis, o Senhor dissera ao homem que fosse frutífero, se multiplicasse, enchesse a terra, a sujeitasse e dominasse sobre tudo o que havia na terra, no ar e nos mares. Os filhos de Israel – descendentes de Abraão – multiplicaram-se, ocuparam a terra e a governaram. Infelizmente, o relato de Gênesis não acaba assim. No último versículo do livro, temos José num caixão, no Egito (50:26).
José, como símbolo da experiência reinante de Israel, foi enterrado no Egito, e, muitos anos depois, o povo de Deus se tornou escravo do mundo que deveria governar. Mas Deus não foi frustrado em Seu plano. O livro seguinte da Bíblia – Êxodo – relata como Deus operou maravilhosamente para redimir Seu povo, retirando-os do jugo do Egito, e estabeleceu com eles uma aliança, para que fossem um reino de sacerdotes e cumprissem Sua vontade (Êxodo 19:6). No meio desse povo, e por meio dessa aliança, Deus estabeleceu Seu tabernáculo na terra. O tabernáculo era o centro da nação de Israel (Números 2:2); era o lugar de habitação de Deus, o canal da manifestação de Sua presença e autoridade, de Seu reino (Êxodo 40:38). Esse é o fim do livro de Êxodo, uma virada inesquecível. Uma magnifica prova de que nada pode atalhar Deus, nem frustrar o Seu propósito eterno.
O tabernáculo, em Levítico, é chamado de tenda da congregação (Levítico 1:1). Ou seja, é o ambiente onde Deus pode congregar, conviver com Seu povo. E esse é o assunto de Levítico. O holocausto, as ofertas pelos pecados, as ofertas votivas e pacíficas, as leis morais, a dieta – tudo ali fala de como Seu povo viveria com Ele, e para Ele. Esta é a grande afirmação do livro de Êxodo: vivemos para Deus. Ele é o nosso Senhor. Em tudo o que fazemos ou dizemos, em nosso relacionamentos, em nossa profissão, em cada aspecto de nossa vida – por miúdo que pareça -, Ele é o Senhor.
O Senhor nos santifica
Daí a frase “eu sou o Senhor” ser tão freqüente e tão significativa nesse livro – e, é claro, em nossa vida. Realmente, aquele personagem de Kung Fu não sabia o que dizia. Quem é o mestre? Ora, o Senhor é o Mestre. Alguns cristãos mais conservadores podem não gostar dessa associação, com uma imagem infantil, um filme antigo. Mas, embora pueril na forma, a conclusão é madura e profunda em sua essência: Deus é o Mestre! Ele é nosso Mestre, nosso Senhor, nosso Dono, o Rei de nossas vidas.
Em Levítico, várias vezes, a afirmação “Eu sou o Senhor” é seguida por “vos santifico” (Levítico 20:8). Este é o resultado de percebermos quem é nosso Senhor: sermos santificados. O Senhor nos santifica. Isto é, quanto mais convivemos com Ele, mais nosso coração se torna inteiramente Dele. Ser santo significa ser separado, ser exclusivamente de Deus.
Resta, agora, uma pergunta: jovem, quem é o mestre? Na pratica, quem é o seu mestre? A comunhão com Deus é o centro da sua vida? Ele realmente é o Senhor das palavras que diariamente saem de sua boca? Se a resposta for negativa, não se desanime. Nada pode barrar o Mestre. Nem mesmo um caixão no Egito, nem o mundo inteiro podem barrar a maravilhosa redenção e a perfeita comunhão que Deus preparou de alcançarem você e toda a sua família. Desfrute agora mesmo dessa salvação, invocando: Ó Senhor Jesus! E você será salvo (Romanos 10:13). Você não apensa declarará, mas também experimentará que Jesus é o Senhor!
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