Eles estão chamando nossa atenção. Querem nosso Tempo – Jornal Árvore da Vida
Os filhos fazem de tudo para ter a companhia dos pais. Quando não conseguem por meio de gestos e atitudes que despertam contentamento e admiração, eles usam outros artifícios, como, por exemplo, desobedi- ência, simulação de enfermidades, agressividade com os irmãozinhos ou pouca dedicação nas tarefas da escola e de casa. Não queremos assombrar os pais, mas as pesquisas têm apontado que, quando os filhos não têm o companheirismo dos pais, eles o buscam em outros lugares.
É importante que os pais saibam que, em quase todos os gestos dos filhos, se pode ouvir: “Ei, eu estou aqui, você não está me vendo?”. Geralmente, os pais não conseguem ouvir porque estão distraídos de- mais com muitas outras coisas. Muitos pais não investem mais tempo com os filhos devido ao grande tempo gasto com trabalho, estudos, televisão ou computador. Há ainda outro grupo que gasta as poucas horas que restam com amigos, leitura e isolamento.
Os filhos não somente querem a companhia de seus pais, querem e precisam de muito mais coisas. Eles querem e precisam ter nos pais um amigo de todas as horas, alguém em que possam confiar. A necessidade e anseio deles é ter mais que um mero provedor de alimentos que enche a dispensa e logo desaparece em busca de mais suprimento ou que uma mera dona-de-casa que passa mais horas cuidando da casa do que deles.
Para que nossos filhos atravessem as várias dificuldades que a vida lhes reserva e desafiem essa era em que os valores familiares estão rapidamente se perdendo, precisamos de pais-companheiros, de pais-amigos e de pais que sabem que os filhos precisam deles tanto quanto o girassol precisa do sol.
Os pais devem estar atentos às principais necessidades dos filhos, uma das quais é a comunicação regada de interesse, mesclada com o prazer de estar junto. Isso ajuda o desenvolvimento físico e psicológico de nossos fi- lhos. Os pais que têm um relacionamento desses com os filhos enfrentarão pouca dificuldade ao pregar o evangelho a eles, e esses filhos apresentarão pouca resistência ao ouvir acerca de Jesus como seu salvador. Na verdade, eles descobrirão que o amigo e o companheiro que buscaram durante toda a vida só pode ser perfeitamente encontrado em Cristo Jesus.
Certa vez, um desses pais que gastam pouco tempo com os filhos, ao chegar a casa, ordenou que eles fossem dormir. Os filhos, sem mui- ta relutância, obedeceram. Porém, depois de uns minutos, o pai ou- viu uma conversa em um tom bem baixo; ele aproximou-se da porta e ouviu um deles perguntando: “Será que o papai gosta da gente?”. É interessante, mas para esses filhos nunca faltou roupa, alimento e brinquedos, mas faltava o principal – um tempo de convívio com os filhos; era por isso que “gemiam”. Gastar tempo com os filhos é o modo mais real de os pais dizerem que amam e é o modo mais eficiente de alimentar as necessidades de afeto de que os filhos tanto precisam.
Outro pai, depois de entrar no quarto dos filhos, que estavam aprontando-se para dormir, viu que um deles brincava fingindo ter desmaiado. O irmãozinho, entendendo tudo, disse ao pai: “Pai, fala aquela palavra mágica!”. Então o pai disse: “Eu te amo”, e lhe deu um beijo na face, ao que o filho logo ficou de pé, falando que estava bem. É bem possível que haja muitos filhos precisando ouvir tais palavras combinadas com um beijo para viver! Mas, para isso, é necessário que os pais passem um tempo com eles.
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