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Semeando a semente do Evangelho – Jornal Árvore da Vida

Um ministro da palavra de Deus, falando a seus ouvintes sobre o valor da semente do evangelho, disse: “Pais, há vinte anos aceitei o Senhor Jesus como meu Salvador pessoal. E posso testemunhar diante de vocês que não consigo me imaginar uma pessoa diferente da que sou hoje.

Às vezes penso o que eu seria, o que estaria fazendo e o que estaria esperando nesta vida se não tivesse me tornado cristão. O sentimento resultante da experiência é terrível: chego a ficar sem fôlego e sinto as trevas me dominarem. Depois da sensação de nulidade, vazio e completa desesperança, abro os olhos e louvo a Deus por ter me achado e me aceitado como um de Seus filhos. Hoje sei quem sou, onde estou, o que estou fazendo e esperando. A certeza que tenho com relação a tudo isso está vinculada a Cristo.

Bem, como disse, tornei-me cristão vinte atrás e, ao que tudo parece, minha vida começou a partir dali. Mas preciso contar onde verdadeiramente tudo isso começou; onde está a gênese de minha vida cristã.

Doze anos antes daquela data tão marcante, sem que me desse conta, uma semente fora semeada em mim. Eu tinha por volta de oito anos quando, pela primeira vez, fui levado a uma reunião cristã, e pelas mãos de meu pai. Quando entrei pela grande porta que conduzia ao salão de reuniões, fiquei admirado. Senti que era um ambiente especial, diferente de todos que eu frequentava. Vi homens e mulheres, moços e moças, pais e filhos, todos com uma expressão de contentamento, de muita satisfação por estarem ali.

Eu e outras crianças fomos levados para as irmãs professoras, que cuidaram de nós enquanto a reunião com os adultos transcorria no salão principal. Deram-nos personagens bíblicos para pintar e nos contaram algumas histórias que me impressionaram; tudo era novo para mim.

Depois de um tempo, os adultos começaram a cantar um hino que dizia: ‘Firme nas promessas do meu Salvador, cantarei louvores ao meu Criador; fico na dispensação do Seu amor, firme nas promessas de Jesus. Firme, firme, firme nas promessas de Jesus, o Cristo; firme, firme, sim, firme nas promessas de Jesus…’.Enquanto pintava as figuras e ouvia as histórias que as queridas irmãs nos contavam entusiasmadas, ao fundo, as vozes entoavam o cântico. Hoje consigo traduzir em palavras a sensação que me envolveu: um desejo de que aquele momento não terminasse.

Acredito piamente que meu pai foi um instrumento nas mãos de Deus para me levar àquela reunião e também creio que Cristo, como o Semeador, semeou a semente do evangelho em meu coração naquela ocasião.

Até atingir meus vinte anos de idade, nunca mais participei de outra reunião daquelas. Houve um intervalo de doze anos. Daquele dia até o que dia de minha conversão, continuei fazendo tudo que uma criança, um adolescente e um jovem faz: brinca, estuda, vê TV e faz muitas travessuras. Mas confesso que, nesse espaço de tempo, por várias vezes ouvi aquele hino dentro de mim. Parecia que Deus apertava a tecla play para a música tocar novamente.

Sinto que todo aquele quadro composto pela esfera, pelas irmãs professoras e por aquele bendito hino cuidou de preparar meu coração para mais tarde o Espírito Santo me convencer do pecado, da justiça e do juízo. Isso foi suficiente para marcar minha vida e gerar a certeza em meu interior de que havia algo muito, muito maior.

Incentivamos os pais a gastarem tempo com os filhos, lendo trechos da Bíblia, cantando-lhes hinos e proclamando as promessas de Deus ao espírito deles, mesmo que não compreendam bem. Apenas lance a semente e ore — não sabemos ao certo de quanto tempo a semente precisará para brotar. Porém de uma coisa estamos convictos: uma palavra, ou um hino, ou a lembrança de terem visto seus pais orando por eles virá à mente durante todo o tempo, até que um dia o Senhor, ao querer usar Sua misericórdia, resolva chamá-los para Lhe pertencerem para todo o sempre.

Hoje, depois de trinta e cinco anos do ocorrido, ainda continuo a cantarolar aquele belo hino, ‘firme nas promessas do meu Salvador’.

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